E se com Rui Patrício tal até pode considerar-se normal e em linha com o passado recente — foi totalista nas épocas 2009/2010 e 2010/2011 — já Van Wolfswinkel é caso raro, pois com dois terços da prova prestes a serem atingidos, apenas oito jogadores, entre os 423 já utilizados, cumpriram na totalidade as 19 jornadas — e entre os oito heróis apenas o holandês não usa luvas.

Para o leitor ter uma ideia do feito até aqui conseguido pelo ponta-de-lança, basta ver que nas últimas cinco temporadas houve 27 totalistas, encontrando-se na lista 16 guarda-redes, 10 defesas, um médio (André Santos, então ao serviço do UD Leiria)… e nem um avançado. 

Nenhum dos quatro treinadores que nesta conturbada época se sucederam no comando leonino abdicou, um segundo que fosse, do contributo do n.º 9, de 24 anos — nem para receber os aplausos do público foi retirado… 

E a sua utilidade é comprovada pelos números que, como o algodão, não enganam. É de longe o melhor marcador leonino com seis golos entre os 19 apontados na Liga — aos quais há que acrescentar seis nas restantes três provas das quais o Sporting já foi afastado — e que valeram sete pontos: triunfos caseiros sobre Gil Vicente e Beira-Mar e empates frente a Marítimo, Estoril e V. Guimarães. 

Já disciplinarmente Van Wolfswinkel terá de ter muito cuidado para não estragar o seu registo, pois encontra-se à beira da exclusão — tem quatro amarelos, tantos como os que viu em toda a Liga passada, na qual realizou 25 partidas e obteve 14 golos. 

É que apesar da profunda refundação do plantel sofrida nas últimas semanas, o ataque dosbebés de Alvalade apresenta poucas alternativas ao holandês e à semelhança dos técnicos que o antecederam no cargo, Jesualdo Ferreira não dispensa o seu n.º 9, com estatuto de veterano no meio de tanta verdejante mocidade.

In: ABola